sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Busca da Serenidade


No decorrer da vida podemos perceber que para estarmos sadios é importante cultivar a serenidade. Mas como conseguir isso? Como não nos deixarmos afetar pelo que sucede à nossa volta?
Primeiro temos de tomar consciência de que a serenidade é um es­tado interno e, portanto, nada que esteja fora de nós deve ser empecilho para o manifestarmos. O mundo é o nosso campo de trabalho para testar o grau de serenidade que podemos atingir e, ao mesmo tempo, um estímulo para robustecê-la. Quando adquirimos neutralidade diante dos acontecimentos e seguimos nosso caminho sem dispersão nem desordem não nos abalamos com circunstâncias.
Vários fatores podem contribuir para nos tornarmos serenos, e um deles é a superação do medo. Compreendemos que a chamada “morte” é apenas o despojamento dos corpos materiais que usamos em nossa passagem pelo mundo físico, o medo vai desaparecendo e a serenidade pode instalar-se. 
Outro fator que nos ajuda a de­senvolver a serenidade é estabelecer­mos um ritmo ordenado e harmonioso em nosso dia-a-dia. Isso nos fará menos ansiosos para que as coisas comecem ou terminem segundo nos­sas expectativas, quase sempre sem fundamento real. Assim, podemos canalizar a atenção, o pensamento e o sentimento para o momento presente e não para um futuro que imaginamos. É a partir daí que a rotina diária não mais nos incomodará, e finalmente poderemos perceber que a vida jamais termina.
O modo mais seguro de alcançarmos a serenidade é pelo alinhamen­to da nossa consciência humana, exterior, com nossos níveis espirituais, nossa alma. Condições propícias para isso são criadas quando aperfeiçoamos o nosso caráter, até mesmo no que diz respeito a cer­tos costumes. Nosso cérebro precisa tornar-se adequado para esse alinhamento. Po­demos prepará-lo ao retirar de nossos hábitos o uso do álcool e do fumo, e ao levar em conta que a alimentação gordurosa e o excesso de açúcar também prejudicam o seu funcionamento. Também devemos pro­ver ao corpo suficiente repouso, pois perío­dos de esforço prolongado impedem que o cérebro tenha a prontidão necessária para registrar o que a alma tem a dizer. Se reservarmos um mo­men­to durante o dia para estar em quietude e praticarmos esse aquietamento sem nenhuma busca de resultados, um dia nos daremos conta de que nossa mente ficou mais calma, mais concentrada e por fim nos encontraremos serenos.
Devemos saber que a compreensão do sentido da imortalidade, a vida ritmada, o alinhamento com a alma, tudo isso ocorre conforme o serviço que prestamos neste mundo. Mantermo-nos conscientes de que nossa vocação mais íntima e profunda é servir desinteressadamente predispõe-nos à serenidade. Reconhecemos que não estamos no mundo simplesmente para fazer as coisas da forma egoísta como quase todos fazem nem para fazê-las melhor que nossos semelhantes.
Esse serviço é um portal para a serenidade. É que, quando temos uma meta espiritual e altruísta — uma meta evolutiva — e quando nos dispomos com todo o nosso ser a cumpri-la, a vida diária se torna pro­longamento da calma interior.

Da Série Sínteses de palestras de Trigueirinho
A Busca da Serenidade
Irdin Editora

5 de agosto de 2009
Transcrito do blog original

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